HISTÓRIA DE VIDA: A Lei da Felicidade

Os pobres são para mim um presente de Deus

(Relato publicado na Revista Happy Science nº 54: Tatsuya Yoshida – 21 anos)

Vou me encontrar com a Madre Teresa

A índia é um local muito quente. De camiseta e calças jeans, Tatsuya Yoshida (na época com 21 anos) desceu do avião, segurando em sua mão suada uma carta de apresentação. A carta estava endereçada à Madre Teresa.

O jovem Yoshida, um estudante da Faculdade de Hokkaido, comoveu-se profundamente ao assistir a um documentário das atividades da Madre Teresa. Depois de ler o livro “Madre Teresa – o amor que se transborda” (da autoria de Hiro Okimori), ele não pôde mais se conter e decidiu ir ao seu encontro nas suas próximas férias.

Sem perda de tempo, o jovem Yoshida escreveu uma carta para o autor do livro pedindo que lhe providenciasse uma carta de apresentação. E convidou também alguns colegas da Faculdade. Ficou decidido que mais quatro colegas iriam com ele.

Yoshida trabalhou com muito afinco em seu emprego temporário, e conseguiu juntar duzentos e cinqüenta mil yens até as férias. As despesas da viagem e da sua estadia eram por conta própria. Quando chegaram em Calcutá já eram nove horas da noite. No dia seguinte, de manhã bem cedinho, procuraram pela “Ordem das Missionárias da Caridade”, e junto com as irmãs participaram da missa da manhã. Apesar da dificuldade de comunicação, assim que leram a carta de apresentação, de muito bom grado elas os admitiram como voluntários. Imediatamente foram conduzidos para o “Lar dos que esperam a morte”.

Não era isto que eu esperava

O “Lar dos que esperam a morte” trata-se de uma instituição fundada em 1952 pela Madre Teresa, onde são recebidas pessoas que vivem na mais completa solidão, abandonadas por todos e à beira da morte como aquelas que se encontram gravemente enfermas e desenganadas pelos Hospitais, pessoas sem família e caídas nas ruas, pessoas desnutridas e que foram quase devoradas pelos ratos, ou leprosos abandonados pela família.

Assim que colocou os pés no Lar, Yoshida recuou uns passos horrorizado. Foi o pior choque da sua vida. Lá haviam leitos mais leitos, enfileirados em espaços apertados, e sobre esses leitos e dentro de um forte cheiro de desinfetante estavam as pessoas que agonizavam, com os braços e pés que mais pareciam galhos secos, rostos esqueléticos, e leprosos sem olhos e nariz…

Assim que viu a situação, a reação de Yoshida foi de repugnância. “Que horror!” “Que medo!” apesar de se envergonhar disso, esta foi a sua reação. Os seus colegas também estavam igualmente em estado de choque. Ao perceber isto, apesar de continuar profundamente chocado, Yoshida se recompôs e disse: “Vamos ajudá-las”. Haviam muitos trabalhos como os de cuidar dos enfermos, massageá-los, lavar louças e roupas. Depois de um dia árduo de trabalho, Yoshida e seus colegas, voltaram para o alojamento bastante cansados. No dia seguinte se dirigiram ao Lar em passos pesados.

“Não era isto que eu esperava” Yoshida viu brotar um sentimento de auto-desprezo e de impotência. Era como se tivesse levado um golpe na medula do seu espírito.

Quero ser um voluntário, durante toda a minha existência

Yoshida achava que não estava ali, movido por entusiasmo do momento ou por romantismo.

Há muito tempo Yoshida trabalhava como voluntário. Desde pequeno sempre foi apaixonado por atividades filantrópicas, e sentia forte desejo de servir às pessoas necessitadas. Na época em que freqüentava o ginásio tornou-se membro do círculo de voluntariado do município de Kawachi Nagano, e aos domingos fazia visitas à Instituições de deficientes mentais, onde juntamente com todos fazia artesanatos de madeira, ou planejamentos de piqueniques. O jovem Yoshida de físico bem dotado era muito querido, e com a sua natureza alegre e extrovertida costumava fazer todos rirem. O seu trabalho como voluntário uma vez por semana, durou até o dia em que ele deixou Osaka, com a finalidade de ingressar-se na Faculdade. Também na Faculdade empenhou-se como intérprete aos surdos e mudos, pertencendo ao grupo de pessoas que praticavam a quirologia (arte de se comunicar por meio de gestos das mãos). E pretendia continuar por toda a vida o seu trabalho como voluntário.

"Suma daqui, não quero você"

Porém, a realidade do Lar era demasiadamente severo. O pior de tudo era a massagem. Era muito triste tocar no corpo do enfermo. Ao pressionar com os dedos, a perna inchada afundava cerca de 4 a 5 centímetros. O enfermo reclamava para que pressionasse com mais força. Suando por todo o corpo, Yoshida colocava toda a força em seus dedos.

Era difícil também, os cuidados para alimentar os doentes. Os doentes não conseguiam tomar a sopa que ele lhes dava na boca. A maior parte da sopa que ele tentava colocar em suas bocas se desperdiçava. E no final, talvez captando o sentimento de rejeição de Yoshida, os doentes, em gestos, pediam para que ele sumisse da sua frente. Os doentes ignoravam-no. Apesar de ele próprio rejeitá-los, a idéia de ser rejeitado pelos doentes era insuportável para Yoshida. Sentia-se infeliz ao ouvi-los dizer: “Você não serve. Queremos outra pessoa”.

Para fugir disso Yoshida acabava sempre preferindo lavar as louças ou roupas. Isto porque as louças eram lavadas na área externa do Lar. Cerca de cento e cinqüenta pratos que ficavam empilhados no solo eram lavados com um sabão em pó semelhante ao barro e depois enxaguados. As roupas também podiam ser lavadas fora. Os cobertores sujos de excrementos, urinas, vômitos, etc. eram lavados por duas pessoas, e depois de torcêlos era preciso subir até o terraço para estendê-los. Era um trabalho bastante árduo mas, pelo menos, ali não havia necessidade de contato com o pessoal do Lar, assim preechendo um longo dia.

As freiras são maravilhosas

Diante dos colegas que havia trazido consigo Yoshida não podia mostrar desânimo, mas a verdade é que tinha vontade de desistir de tudo e voltar correndo para a sua casa. Ansiosamente esperava pelo dia do regresso, contando os dias nos dedos.

De qualquer forma as freiras eram admiráveis. Eram muito alegres. Percebiase que realizavam aquele trabalho de coração. Até mesmo diante dos caprichos ou más atitudes das pessoas do Lar, elas ciam pacientes e naturais, e percebia-se que eram bem aceitas e muito esperadas por aquelas pessoas. “As freiras são autênticas, enquanto que eu sou desprezível, covarde e falso” assim pensava Yoshida.

“Que pretensão a minha de querer ajudar os necessitados. Não passo de um indivíduo impotente e medíocre”.

“Se eu fosse um dos pacientes, quem iria escolher? Entre aquelas freiras e um indivíduo como eu, que cuida dos pacientes escondendo o sentimento de repugnância e temendo ser enxotado por eles, sem sombra de dúvida que é a elas que escolheria”.

“Então isto é que é a força da fé? Então é a existência ou não da fé que divide grandemente uma pessoa capaz de fazer alguém feliz e outra que não? Nesse caso, sem que eu adote a fé e enquanto me encontrar nesse estado de instabilidade extrema não serei capaz de amar verdadeiramente uma pessoa. Sinto ter que reconhecer, mas estou completamente derrotado”.

Finalmente fui aceito!

Um dia quando estava prestes a regressar para o Japão, Yoshida abandonou as louças que estava lavando e saiu correndo em direção ao Lar, pois não suportava mais fugir de tudo.

Ao entrar no Lar, o seu olhar cruzouse com o olhar de um ancião. Era um velho em pele e osso. O seu estado deixava transparecer claramente que a sua vida estava por um fio. Através de um gesto o ancião pediu a Yoshida para que este fizesse uma massagem em seu braço.

“Esta é a minha última chance. Vou fazer isto de coração” assim pensou Yoshida.

Era um braço fino e leve. A sua pele era bastante seca e áspera. Yoshida continuou a massagem por cerca de quinze minutos. Enquanto isso, o ancião continuou calado e de olhos cerrados. De repente, ele movimentou o outro braço.

“Vou ser enxotado de novo…?” pensou Yoshida, muito apreensivo.

Mas o braço do ancião fez um gesto estranho. Olhando fixamente para Yoshida ele apontou para o seu ombro. O seu gesto dizia claramente “Faça massagem também nos meus ombros”.

“Massagear também os ombros? Entendi…” Yoshida imediatamente posicionou-se para aplicar a massagem em seus ombros, e depois enquanto passava levemente as mãos em suas costas para aliviar-lhe a dor, repentinamente, viu brotar lágrimas em seus olhos. Não sabia explicar a razão, mas as lágrimas rolavam sem parar. “Finalmente fui aceito…” este foi o seu pensamento.

Desde então já se passaram oito anos. Hoje com vinte e nove anos, Yoshida é um membro ativo da sociedade. Vez ou outra, ele se recorda daquele ancião. E também se lembra das palavras da Madre Teresa: “Os pobres são para mim um presente de Deus”.

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